Jornal Folha de São Paulo
Europeus compram sua casa de praia no Nordeste e atraem investidores para essa região do Brasil.
Em 1500, os portugueses descobriram Porto Seguro. Mais de meio século depois, acompanhados de espanhóis, ingleses e alemães, aportam agora só para passar as férias.
E em toda a costa do Nordeste. Nos últimos dois anos, cresceu o fluxo de europeus em busca de um imóvel de veraneio nas praias do Ceará, de Alagoas, da Paraíba, de Pernambuco e do Rio Grande do Norte, além da Bahia.
Não chegam mais de caravelas, e sim em vôos da TAP. Em vez de índios surpresos, encontram agentes imobiliários que sabem, de antemão, de sua chegada - e calculam, euro a euro convertido em real, a valorização de cada metro quadrado.
O pulo é grande: nas áreas mais visadas, o preço passou de R$ 4, há oito anos, para até R$ 100, diz Felipe Cavalcante, presidente da Adit (associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Nordeste Brasileiro).
"O europeu compra e, para não deixar a casa fechada na maior parte do ano, aluga-a para terceiros", explica.
E dificilmente adquire casas isoladas. A maioria dos imóveis, cujos preços batem nos US$ 4,5 milhões, encontra-se em resorts com sistema de hotelaria.
O filão atrai investidores de outras partes do país - e do mundo. Como a empresa inglesa Alexander Richards, que se especializou no nosso mercado.
Seu diretor, o indiano Manoj Chawla, conversou com a Folha no saguão de um hotel
Para os próximos oito anos, a Adit prevê 80 mil novas unidades de segunda residência para europeus na região.
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