Alugar ações é alternativa para lucrar também na baixa

Mercado de aluguel de ações bate recorde em janeiro, com R$ 30,7 bi em negócios

Sistema permite ceder papéis temporariamente a outros investidores, mediantes, juros, sem perder direitos como o recebimento de dividendos

O aluguel de ações tem vivido um momento de forte aquecimento. Em janeiro, essa alternativa de ganhos oferecida aos acionistas atingiu a marca inédita de R$ 30,69 bilhões em volume transacionado. Foram 65.515 operações desse tipo no mês – cifra 21,9% superior à do mesmo período de 2009.
Muito investidor não sabe, mas o proprietário de uma ação pode colocá-la para ser locada, da mesma forma que ocorre com um imóvel ocioso.
Ao ter sua ação alugada por outro investidor, o proprietário recebe em troca uma taxa de juros, que varia de acordo com a disponibilidade e o interesse pelo papel que tem a oferecer.
Levantamento da CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia) mostra que a pessoa física é o segmento de investidor que mais disponibiliza suas ações para locação, com 34,9% do total em janeiro. Em segundo lugar estão os fundos, com 32,4% do total.
No jargão do mercado, quem oferece suas ações é chamado de doador. E quem empresta os papéis é o tomador.
Em tese, qualquer um pode alugar ações independentemente de quantos papéis possui. Todavia, alertam os analistas, quantidades muito pequenas de papéis dificultam o encontro de interessados.
“O melhor caminho para oferecer suas ações para aluguel é procurar a corretora com o qual costuma trabalhar e avisar da disponibilidade dos papéis. A corretora pode acabar por juntar os lotes de diferentes pequenos investidores e colocá-los, de forma mais fácil, no mercado para locação”, aconselha Márcia Dessen, consultora de investimentos da BMI ( Brazilizn Management Institute).
Depois que a corretora é informada da disponibilidade do papel para ser alugado, entra em contato com a CBLC, que faz a intermediação entre as partes interessadas. Espécie de vitrine, o banco de títulos da CBLC serve para que os interessados tenham acesso aos papéis ofertados e às taxas cobradas para realização de cada operação de aluguel.
Quem aluga suas ações mantém seus direitos de acionista.
Além de seguir como proprietário do papel continua tendo acesso a dividendos e outros proventos. O único inconveniente é a perda de liquidez. Isso ocorre porque enquanto a ação estiver alugada seu proprietário não pode vendê-la. Dessa forma a operação costuma ser indicada para quem planeja manter suas ações por longo tempo.
“Poucos investidores conhecem o aluguel de ações. Ainda falta informação para muita gente que aplica na Bolsa”, afirma Márcia Dessen.
 

1- O QUE É ALUGUEL DE AÇÕES?

      Todo proprietário de ações negociadas na Bolsa pode alugá-las, por determinado período, a outro investidor. A operação é indicada principalmente para quem tem investimentos de longo prazo.
 

2- QUAL A VANTAGEM DA OPERAÇÃO?

     Ao alugar suas ações, o investidor (“doador”) recebe uma taxa previamente acertada com o “tomador”. Além disso, o doador não perde seus direitos a proventos no período em que seus papéis estiverem alugados.
 

3- QUEM ALUGA OS PAPÉIS?

     Os fundos mútuos de investimento e os estrangeiros são os principais “tomadores” de ações, respondendo juntos por mais de 83%dos empréstimos
 

4- PESSOA FÍSICA TAMBÉM PODE FAZER ESSE TIPO DE NEGÓCIO?

Sim, desde que seja proprietário de ações. Antes de realizar esse tipo de operação, analistas recomendam que o pequeno investidor converse antes com o gerente de sua instituição financeira.
 
Fonte: Folha de São Paulo