Aplicação imobiliária tem risco baixo

JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

 

Prédio pronto e mais de um locatário aumentam segurança; lucro mensal é inferior a 1%

 

            Tradicionalmente, imóvel próprio é sinônimo de segurança. Assim, nada mais lógico que o fundo imobiliário ser um investimento de baixo risco.

            Mesmo que o empreendimento fracasse - o centro comercial fique às moscas, por exemplo -, secando a receita dos aluguéis, "sobrará o patrimônio do edifício, na pior das hipóteses", fala Rodrigo Machado, da Brazilian Mortagages.

            "O imóvel é intocável. Diferentemente de acionistas de empresas, o fundo imobiliário não herda dívidas", compara.

            A rentabilidade de um fundo imobiliário costuma ficar entre 0,6% e 0,8% mensais, segundo o economista Miguel de oliveira, Vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

            "Mas é difícil precisar o valor", observa a economista Amaryllis Romano, da consultoria tendências. "Varia muito. Por ser menos arriscado, gera ganhos menores que os de outros fundos, como CDBs [Certificado de Depósito Bancário]", complementa.

            O perfil do investidor caracteriza a economista, é similar ao de quem compra um imóvel para alugar. "Alguém que não seja muito arrojado, um investidor conservador de ações, que não vai precisar do dinheiro amanha", define.

            Para aumentar ainda mais a segurança do negócio, Martim Fass, da Rio Bravo, sugere averiguar quem são os construtores e incorporadores - se não empresas sólidas, idôneas.

            "Os investidores preferem um empreendimento já pronto a um outro que esteja em construção", lembra Machado.

            Se um prédio comercial é alugado para uma única empresa, o risco é maior. "Se ela tiver algum problema, isso vai se refletir diretamente na rentabilidade de cotista", diz.

            Além do fundo imobiliário, outra opção de investimento são os CRIs (Certificado de Recebíveis Imobiliários), títulos de renda fixa com rendimento atrelado a operações no mercado imobiliário.

            "É uma alternativa mais direcionada a grandes investidores", destaca Machado. "As emissões partem geralmente de R$ 300 mil."