Carnaval mais caro

Pesquisa divulga que aluguel de imóveis no litoral para o carnaval 2010 está mais caro. Segundo os corretores, a procura diminuiu

Está mais caro alugar um imóvel no litoral de São Paulo para este carnaval do que estava em 2009. Esta é a conclusão de pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Crecisp) com 43 imobiliárias localizadas em 12 cidades litorâneas. Os preços subiram até 80% em relação ao mesmo período do ano passado. Em contrapartida, a procura por imóveis diminuiu, segundo corretores do litoral Norte e Sul de São Paulo.
A pesquisa diz que na alta temporada de 2010, que inclui o Carnaval, os preços aumentaram de 13,7% a 80% no litoral Sul e de 9,61% a 79,38% no Litoral Norte, em relação a 2009. Todos os aumentos superaram a inflação acumulada no ano, de 4,31% medido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Casas e apartamentos menores (de um e dois dormitórios) foram os que mais encareceram.

Oferta mais cara não acompanhou a demanda

A procura por imóveis de temporada no último feriadão de aniversário da cidade de São Paulo ainda não atingiu as expectativas, segundo corretores da região. Chuva, virose, e baixa do dólar têm sido alguns dos motivos. A diferença de preços na hora de alugar um imóvel para o Carnaval pode chegar a 50% em relação ao período de baixa temporada, que afasta os foliões.
Em Ubatuba (norte), uma casa fora de condomínio residencial, com três quartos, uma suíte e garagem para um carro está sendo alugada por R$ 400 a diária para o próximo Carnaval. Na baixa temporada, a diária da mesma casa custa R$ 200.
Em Bertioga a faixa de aumento é quase a mesma. Um apartamento com dois dormitórios sai por R$ 580 a diária e R$ 380 fora de temporada. Mary Mendes, corretora e gerente da Matias Imóveis, que atua na Riviera de São Lourenço confirma a baixa procura. “Com o dólar mais barato as pessoas estão preferindo viajar para fora do país ou fazer um cruzeiro, por exemplo, que fica mais em conta do que alugar uma casa”.
Outra justificativa para a menor procura por casas neste Carnaval foi o excesso de chuva e o surto de virose diarréica, segundo Nalva Maria, corretora da Casa Bella, no Guarujá. “A procura este ano está aquém do que planejávamos”, diz.
Resultados que não confirmaram as expectativas do mercado. O presidente do Crecisp, José Augusto Viana Neto, explica por que o preço subiu. “As notícias de que a economia vai bem, apesar da crise internacional, e as altas temperaturas do verão estimulam os proprietários a pensar que haverá uma demanda forte por seus imóveis nesse recesso do Carnaval. Daí a alta dos valores de locação”.

Cuidado ao fechar negócio

Alugar por um preço menor nem sempre significa fazer o melhor negócio, muito menos o negócio mais seguro. Muitas pessoas já foram vítimas de estelionatários que se valem da boa fé geral para “alugar” imóveis que não lhes pertencem nem nunca viram.
Confira alguns cuidados básicos na hora de fechar o negócio recomendadas pelo Crecisp.

Procure um corretor de confiança. Se você não conhece nenhum profissional ou imobiliária, consulte a delegacias do Crecisp situadas nas cidades em que deseja fazer a locação. Para as cidades do litoral norte o telefone é (12) 3883-3550.
Se possível, visite o imóvel antes de fechar o negócio. A visita permite saber qual é o estado real da propriedade, as características da vizinhança, qual a distância exata do imóvel até a praia, além das condições dos equipamentos domésticos. Caso não possa fazer a visita, peça ao corretor fotos por e-mail. A maioria dos corretores e imobiliárias dispõe desse recurso.
Faça um contrato para o aluguel do imóvel, mesmo que a locação dure uma semana. Neste contrato devem constar as datas de entrada e saída do inquilino, o valor, a forma de pagamento, eventuais multas para os casos de atraso ou depredação e até o número de pessoas que vão ficar no imóvel.
As formas de pagamento do aluguel de temporada são livremente combinadas entre proprietário e inquilino. A prática usual é a de que 50% do valor total da locação sejam pagos no ato da contratação e os 50% restantes na data de entrega das chaves.