IGP-M, indexador da maioria dos contratos, sobe acima de outros índices de inflação.
Como o percentual está no contrato, resta ao inquilino contar com a boa vontade do locador.
O Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), indexador da maioria dos contratos de aluguel, está subindo acima dos demais índices de inflação. Nos 12 meses encerrados em maio, apresentou variação de 11,53%, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o que é mais que o dobro que o IPCA, índice oficial de inflação do país, que subiu 5,58% no mesmo período.
De acordo com a advogada Renata Reis, técnica da Fundação Procon-SP, como o IGP-M está em contratos assinados, não adianta ao consumidor choramingar, bater o pé ou ameaçar buscar seus direitos na Justiça: é a negociação - e a boa vontade de imobiliária ou locador - que podem garantir um reajuste menor para quem tem contrato de aluguel vencendo nos próximos meses.
Tudo no papel
Seja diretamente com o proprietário, seja com a imobiliária, Renata aconselha que a negociação seja feita por escrito. Entre as opções, diz ela, está à correção por um índice com variação mais baixa. E eles são vários: IGP-DI, INPC, IPCA - é só escolher o mais adequado para ambas as partes. "É muito simples, desde que haja boa vontade. O locatário tem que saber barganhar", explica. É claro, porém, que o nível de boa vontade do locador vai depender do mercado imobiliário.
Fique atento
Para o economista Alexandre Lignus, consultor em finanças pessoais, o inquilino tem que ficar atento ao quanto está pagando na comparação com o valor do imóvel. Se ficar entre 0,5% ou 0,75% do valor de mercado, tudo bem. Qualquer valor acima disso, é preciso negociar.
Segundo ele, inquilinos que pagam em dia não costumam ter muita dificuldade em negociar. Mas, se o locador estiver irredutível, ele aconselha que o locatário busque um corretor de imóveis e tente encontrar algo na mesma região em que mora pelo preço que está disposto a pagar. "Os custos com transporte devem ser levados em conta em caso de mudança de bairro", diz o economista. Assim, explica Lignus, a pessoa não economiza de um lado e gasta de outro.
Como o custo do aluguel tende a aumentar, a técnica do Procon-SP diz que o inquilino deve ficar atento a detalhes como o condomínio. Renata Reis lembra que a imobiliária tem que discriminar todas as despesas do edifício, para que o locatário saiba exatamente o que está sendo cobrado. Segundo ela, mesmo que o locatário tenha deixado este detalhe passar, ele pode solicitar facilmente a prestação de contas relativa aos últimos 12 meses.