Preço do aluguel mais alto. Essa é a principal "novidade" para quem for passar o mês de janeiro no litoral paulista. A locação dos imóveis na região está até 181,25% mais cara do que no último verão. E não adianta tentar pechinchar: mesmo com os preços salgados, a procura é grande e, em algumas cidades, está difícil conseguir se hospedar próximo à praia.
O Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP) realizou uma pesquisa com 41 imobiliárias de 12 cidades do litoral de São Paulo. Ao comparar os preços médios das diárias praticadas em janeiro de 2009 com os valores estipulados para janeiro de 2010, o Creci-SP constatou que, na maioria dos casos, houve aumento muito superior à inflação (que este ano acumula alta de 4,17%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-IPCA, medido pelo IBGE).
Os imóveis de um dormitório das praias de Guarujá, Santos e São Vicente foram os que registraram a maior alta. O preço médio da diária passou de R$ 128 no último verão para R$ 360 agora - 181% (veja quadro). Mas os aumentos atingiram locações de todos os tipos, em diversas praias.
Apenas dois tipos de imóveis tiveram redução do valor médio em relação ao ano passado, segundo a pesquisa: os apartamentos de quatro dormitórios localizados no litoral norte (-8,72%) e os de um dormitório em cidades do litoral sul (-11,11%).
"Como a renda do trabalhador cresceu este ano, as famílias conseguiram reservar um dinheiro para curtir as férias e o interesse pelos imóveis aumentou, encarecendo os aluguéis do litoral", analisa José Viana Neto, presidente do Creci-SP.
Além disso, a procura foi antecipada este ano. "Normalmente, as imobiliárias fecham a maior parte dos negócios só na segunda quinzena de novembro. Este ano, em outubro o volume de locações já era alto", diz Viana.
Por essa razão, quem resolver começar a pesquisar casas só agora corre o risco de não encontrar exatamente o que quer. O Jornal da Tarde consultou 12 imobiliárias das cidades listadas na pesquisa do Creci-SP. Em quatro casos, já não havia mais nenhum imóvel disponível - eram corretoras de Bertioga, Ilhabela, Praia Grande e Peruíbe.
Na imobiliária Adroaldo Vasconcelos, localizada em Peruíbe, a justificativa para falta de imóveis era uma combinação entre o aumento da procura e a diminuição da oferta. Muitos proprietários que costumam alugar a casa no verão este ano resolveram curtir a praia, informou a imobiliária.
Até nas cidades em que ainda há casas para alugar, as opções já não são das mais atraentes e as exigências se avolumam. Na imobiliária Quadra Imóveis, em Caraguatatuba, os imóveis que restaram ficam distantes da praia. E quem se interessar, precisará fazer a reserva com urgência, pagar 50% do valor do aluguel como sinal e quitar a locação até dez dias antes de poder colocar o pé na areia.
Em muitos outros casos, os proprietários fazem exigências semelhantes. Na maioria, também há um tempo mínimo de permanência no imóvel - em geral, dez dias. Mas não custa tentar. "Ainda que os preços tenham aumentado, o aluguel no litoral paulista ainda é uma das opções de lazer mais baratas nas férias de verão", afirma Viana, do Creci-SP.
CUIDADOS - Para não cair no golpe de falsários, o turista deve procurar uma imobiliária que possua o registro do Creci-SP e visitar
o local antes de fechar o negócio. Não é recomendável tratar
direto com o proprietário. Ainda que isso torne o aluguel mais barato, é melhor evitar dor de cabeça.
Ao fazer a visita, aproveite para questionar os moradores da região sobre a segurança do bairro e o perfil dos frequentadores da região - nada pior que viajar em busca de descanso e descobrir, mais tarde, que a vizinhança é barulhenta.
Faça sempre um contrato de aluguel por escrito, detalhando as características do imóvel, o valor da locação e as condições de pagamento.
Caso seja exigido o depósito integral antecipado, peça comprovantes de pagamento e documente a quitação do aluguel.
Fonte: Jornal da Tarde